PROJOVEM ADOLESCENTE




A particularidade do Projovem Adolescente requer a compreensão tanto de juventudes quanto adolescências, reconhecendo-se a heterogeneidade de interesses, expectativas e desejos entre adolescentes de 15 e de 17 anos. Aqui se inserem os debates acerca da diversidade de experiências e presenças dos coletivos juvenis brasileiros nas esferas privada e pública, que conduzem a vivências cotidianas distintas nos diversos territórios de moradia e de vida em que se situam. O desafio maior é aprofundar o conhecimento das singularidades e das universalidades que os distinguem, para superar preconceitos e mitos e colaborar para promover sua inclusão social.

O Projovem Adolescente oferece um espaço de convivência social voltada ao desenvolvimento de potencialidades dos jovens e aquisições para atuação crítica e proativa no seu meio social e no mundo do trabalho. Orienta-se para o incentivo ao retorno e à permanência do jovem na escola, o fortalecimento de seus vínculos familiares e comunitários, a ampliação do acesso às políticas públicas, o fortalecimento de sua autonomia e o estímulo ao seu protagonismo social.

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos. (Fernando Pessoa).

A cultura de massa dá forma à promoção dos valores juvenis e assimila uma parte das experiências adolescentes. Sua máxima é “sejam belos, sejam amorosos, sejam jovens”. Historicamente, ela acelera o vira-ser, ele mesmo acelerado de uma civilização. Sociologicamente, ela contribui para o rejuvenescimento da sociedade. Antropologicamente, ela prolonga a infância e a juventude junto ao adulto. Metafi sicamente, ela é um protesto ilimitado contra o mal irremediável da velhice (EDGAR MORIN).

Juventude é um conceito vazio de conteúdo fora de seu contexto histórico e sociocultural (...) O conceito de juventude se inscreve nas características fundamentais da classe social de pertença (...) O estudo dos fenômenos juvenis, portanto, só será entendido no marco geral das grandes mudanças socioeconômicas e culturais.(VALENZUELA, 1998, p. 38-39).